Nos espaços, as mulheres encontram acolhimento, compreensão e esperança. A irmandade acolhe mulheres com dependência de relacionamentos destrutivos, sejam eles com maridos, filhos, colegas de trabalho, namorados, namoradas ou amigos
Mulheres que amam demais. Você sabia que existe uma irmandade de apoio para essas mulheres? A ideia partiu do livro que carrega o mesmo nome e surgiu em 1994, em São Paulo. Lá, as mulheres podem relatar suas lutas referente à dependência de relacionamentos destrutivos e serem ajudadas por outras. A reportagem do portal LeoDias entrevistou a coordenadora do comitê de informação ao público, Creusa Garcia, que explicou como surgiu, os objetivo e como faz para participar.
A iniciativa da criação da Mulheres que Amam Demais Anônimas (MADA) foi de um grupo de mulheres que, há 31 anos em São Paulo, se uniu para criar uma irmandade de mulheres baseada no livro “Mulheres que Amam Demais”, de Robin Norwood, e adaptada do programa de recuperação de 12 Passos e 12 Tradições de Alcoólicos Anônimos (A.A.).
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“MADA é um programa de recuperação para mulheres que têm como objetivo recuperar-se da dependência de relacionamentos destrutivos, sejam eles com maridos, filhos, colegas de trabalho, namorados, namoradas ou amigos, aprendendo a relacionar-se de forma saudável consigo mesma e com os outros”, explicou a coordenadora.
O MADA recebe mulheres com as mais diversas histórias de vida, mas muitas compartilham dificuldades semelhantes: o medo de ficarem sozinhas e a tendência de viver em função do outro, buscando aprovação constante:
“É comum enfrentarem baixa autoestima, culpa e medo de rejeição, o que leva à anulação pessoal e a relacionamentos desequilibrados. Muitas têm dificuldade em impor limites e acabam assumindo responsabilidades que não lhes cabem. O processo de recuperação envolve resgatar a própria identidade, fortalecer a autoconfiança e aprender a construir vínculos mais saudáveis.”
O poder da irmandade MADA é uma das principais forças de transformação. Nesses espaços, a mulher encontra acolhimento, compreensão e esperança — algo que muitas vezes não se encontra fora dali. O grupo funciona como um espelho coletivo, em que as experiências compartilhadas ajudam cada uma a perceber que não está sozinha em sua luta.
A identificação com os outros fortalece o compromisso com a recuperação, gera pertencimento e renova a fé na possibilidade de mudança. É na união e no apoio mútuo que a irmandade se torna um verdadeiro instrumento de cura.
“Não há como eleger um único depoimento como o mais forte, porque, em um grupo de ajuda mútua, cada história tem um peso diferente, dependendo do momento de quem a compartilha e de quem a escuta. O que toca profundamente uma pessoa pode não ter o mesmo impacto em outra, e isso não diminui a importância de nenhuma vivência. Cada relato é legítimo, e juntos formam um espaço de acolhimento em que todas se reconhecem em algum ponto da dor e da superação do outro”, afirmou Creusa.
O único requisito para ser membro de MADA é o desejo de evitar relacionamentos destrutivos. Não é necessário informar que vai a uma reunião, nem se inscrever ou pagar taxas, basta comparecer e será bem-vinda! Há reuniões presenciais em vários estados e no Distrito Federal, além de online.
“MADA não é filiado a nenhuma religião, partido político ou qualquer outra organização, não entra em controvérsias, não apoia nem se opõe a nenhuma causa. “Além disso, ressaltamos que o ANONIMATO é um dos alicerces mais importantes de MADA”, finalizou Creusa.