O Brasil registrou 59 notificações relacionadas à intoxicação por metanol até a última quinta-feira (2/10)
O consumo de bebidas contaminadas com metanol foi associado a pelo menos 59 notificações de intoxicação, segundo o Ministério da Saúde, até a última quinta-feira (2/10). De acordo com investigações realizadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, as bebidas adulteradas eram gin, uísque e vodca, vendidos em bares e adegas. Mas afinal, vinho e cerveja também apresentam riscos de contaminação?
O metanol pode aparecer de duas formas: naturalmente, durante a fermentação de frutas, ou por falhas no processo de destilação feita durante a produção – quando a fração inicial da destilação, rica em metanol, não é devidamente descartada -.
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A substância estaria sendo utilizada na produção de bebidas falsificadasReprodução/Canva

Alerta devido à metanol em bebidas alcoólicasReprodução Instagram Sociedade Brasileira Lentes de Contato, Córnea e Refratometria e abrahao.com.br/Montagem

Intoxicação por metanol ascende alerta em São PauloDivulgação: Fiocruz Imagens

Intoxicação por metanol ascende alerta em São PauloDivulgação: Biodiesel Brasil

São Paulo registra mortes e casos graves por ingestão de bebidas adulteradas com metanolReprodução: Internet
O grande risco não está na formação natural do metanol, mas na adulteração intencional dos produtos. Em casos de bebidas produzidas com metanol, as que mais oferecem risco de conter a substancia em níveis perigosos são os destilados, como cachaça, aguardente e whisky, principalmente quando feitos de forma clandestina.
No caso do vinho, a presença de metanol pode ocorrer durante a fermentação, especialmente devido às cascas de frutas como a uva. Mas em quantidades consideradas baixas. Já na cerveja, a formação de metanol não é comum, pois sua matéria-prima, a cevada, normalmente não gera essa substância.
Segundo o Ministério da Saúde, a cerveja – bebida alcoólica mais consumida no país -, tem menos risco de contaminação por metanol do que os destilados. “Estamos diante de um crime envolvendo produtos destilados, incolores, onde se têm técnicas de adulteração desse produto que você não tem no caso de cerveja, que é uma bebida que tem a tampa, tem gás, e é muito mais difícil de adulterar”, afirmou o ministro da saúde Alexandre Padilha, na última quinta-feira (2/10), durante uma coletiva de imprensa.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a concentração de metanol na cerveja varia entre 6 e 27 mg por litro, quantidade considerada segura para o consumo. Nos destilados, o valor pode chegar a 220 mg por litro – porém, nesse tipo de bebida, o metanol pode ficar concentrado, aumentando o risco -.